Kamilah

Sem ainda poder falar muito sobre a história em si, orgulho-me em dizer que "Kamilah" levou apenas um mês e treze dias de gestação. Um livro, um romance, uma aventura que vai te seduzir, tão envolvente quanto as formas da bela Kamilah.
É o meu terceiro livro, três dias após acabar o segundo, a história se apresentou para mim com muita clareza, como se já estivesse montada por inteiro dentro do meu peito, eu simplesmente comecei a escrever. Fiquei tão obcecada quanto os personagens, nada mais fiz que mergulhar nesse mundo fantástico e despertador de emoções.
Uma observação, o nome Kamilah é pura coincidência com o meu nome Camila. Eu estava procurando um nome que tivesse uma energia ligada a personalidade da personagem, e Kamilah em egípcio significa Perfeição, encaixando-se perfeitamente.
 Bom, é só o que posso dizer de antemão, aguardo vossas críticas ansiosamente.

As dez primeiras páginas.

Antigo Egito, nas margens do rio Nilo.

Rodjo
- Kamilah! Venha ver! Venha!

Disse empolgado o velho e cansado homem com seus pesados quarenta e poucos anos, de pele queimada, lábios rachados pela secura do ar que ainda era mais úmido no baixo Egito que em outras regiões. A pequena menina correu com seus pés descalços na direção da voz arranhada do pai, as vestes que mais pareciam trapos, escondiam a magreza do seu corpo. O peixe dourado nas mãos calejadas e marcadas pelo trabalho do camponês fez a boca rosada e molhada da garotinha abrir em um momento de surpresa quando seus iluminados e castanhos claros olhos se chocaram com a cor do animal quase se identificando, e os poucos dentes amarelados do feliz senhor mostrava para aquela criança o que podia ser uma grande felicidade.

Kamilah
- Olha pai! Achamos um peixinho de ouro! A mamãe vai adorar!
Rodjo jogando o peixe em uma cesta;
- Sim, vamos levar para comer.

Kamilah pegando o peixe e segurando-o como se fosse um tesouro;
- Não! Não vamos comer, ele é de ouro! Vamos ficar ricos!

Rodjo sorriu sem questionar a quase ordem da filha, eles se levantaram da margem do rio e seguiram.

Kamilah era a mais nova de cinco filhas, ela e sua família moravam em um casebre de barro, não muito perto da margem do rio, seu pai costumava levá-la para trabalhar com ele porque a menina adorava tomar banho nas águas próximas aos açudes.
Já era noite quando chegavam em casa e a pequena criança correu para contar a sua mãe a grande novidade.

Kamilah com o peixe na mão;
- Mãe! Mãe! Nós encontramos um peixe de ouro! Assim como as jóias que a senhora deseja quando passeamos na rua do mercado!

Natija
- Calma querida! Não fique tão eufórica!

Kamilah dando o peixe para a mãe;
- Mas é um peixe de ouro mamãe! De ouro!

Rodjo disse cansado;
- Sim, sim, um peixe de ouro! E esses outros pobres mortais aqui, assim como nós... (Ele apoiou a cesta com outros peixes em uma bancada de barro). No fim, vão todos para a panela.

Natija se abaixou até a menina que estava entusiasmada, e com os olhos frustrados ela revelou-lhe;
- Meu amor, este não é um peixe de ouro.
Kamilah
- Como não mamãe? Ele é dourado como o ouro.
Natija
- Sim querida, mas nem tudo que parece ser é. O peixe só tem a cor parecida com a de ouro.
Kamilah triste com a notícia;
- Então não estamos ricos?

Natija
- Ainda não meu amor. (A menina frustrada abaixa a cabeça). Vá lavar as mãos querida, suas irmãs a esperam para jantar. (Kamilah vira-se sem mais nada dizer).
No jantar a mesa não era farta como deveria ser, a água fresca fazia o peixe e os cereais serem engolidos com mais facilidade, ainda tinha uma pequena mesa onde todos cabiam desconfortavelmente, o silêncio do senhor Rodjo era reconhecido como cansaço e desgaste do longo dia de sol escaldante, Natija apesar de trabalhar como artesã interagia facilmente com suas queridas filhas, mas Kamilah não era muito de conversar, seus comentários sobre os assuntos que eram abordados na mesa cheios de entusiasmo ou revoltas ficavam guardados para si mesma, a menina parecia ter uma espécie de diálogo consigo mesma, as vezes conseguia rir das respostas que daria se se permitisse falar. Seu silêncio às vezes fazia com que os outros esquecessem que ela estava presente no recinto. Em meio a risos um comentário foi feito por uma das irmãs:

Mitcha
- E a tola da Kamilah não pensou que o peixe fosse de ouro mesmo?! (Risos).

Kamilah indignada;
- Eu não sou tola, você é que é!

Natija repreendeu paciente;
- Meninas parem! Mitcha, não fale mal da sua irmã, ela tem apenas oito anos, é compreensível ter pensado que o peixe era de ouro. (Kamilah levantou-se da mesa mesmo antes de pedir licença).

À noite as areias do deserto já não eram tão quentes, e a lua redonda e branca ouvia o cântico singelo da voz adocicada, que mesmo ainda de menina, encantava aquela beleza resplandecente que refletia em sua pele incrivelmente sedosa.
Horas depois do jantar, Natija encontrou Kamilah na janela do quarto fazendo uma das coisas que mais gostava, cantando.

Natija interrompendo a filha;
- Sua voz é a mais graciosa de todas que já ouvi.

Kamilah
- Acha mesmo mamãe?

Natija aproximando-se da filha;
- Se não achasse eu não diria. (Natija guiando a filha). Venha! Vamos pentear esses cabelos.

Kamilah sentando-se de frente para uma espécie de penteadeira que parecia já ter sido usada por muitas e muitas famílias;
- Está bem, mas penteie de vagar.

Natija começou a pentear os longos cabelos negros e lisos como linhas de costurar, e percebendo o triste semblante da menina perguntou:
- O que tens Kamilah? Ainda pensando no peixe dourado?

Kamilah ainda com os lindos olhos caídos;
- Não mamãe.

Natija
- Não deves ficar triste nunca. As pessoas não gostam de ficar perto de pessoas cruas e tristes. Além do mais, és dona da beleza mais invejada que existe, não tens o porquê de ficar triste por causa de um peixe dourado. Terás tudo o que quiseres.

Kamilah
- Como Mamãe?
Natija
- Kamilah, tens que prestar mais atenção nas coisas. Uma mulher inteligente pode conseguir muitas coisas. Uma mulher bonita pode ter o que quiser. Mas uma mulher inteligente e bonita, pode dominar o mundo. (A menina ergueu os olhos olhando seu belo rosto no espelho). Sabes porque te dei esse nome, não sabes?

Kamilah
- Por que significa “perfeição”.

Natija

- Isso mesmo! E és perfeita como as deusas que te fizeram. Você cheira a paixão querida, e tens o sabor das frutas mais saborosas já colhidas nos jardins mais secretos. Com isso, irá poder ter quantos peixes dourados quiser, mas nunca te esqueças de sempre olhar tudo que há a sua volta. (Natija guarda a escova).

Kamilah
- Sim mamãe, eu serei atenta.
Natija
- Agora vá dormir para que sua pele possa descansar. Não se preocupe mais, amanhã tudo terá passado, como as nuvens do céu.

Kamilah
- Boa noite mamãe.

Natija
- Boa noite meu tesouro. Durma bem.

No dia seguinte, quase todos já estavam de pé antes mesmo do sol começar a queimar as areias, Kamilah era a única que podia dormir até mais tarde quando ficava com a sua mãe. Elas passavam boa parte do tempo juntas, a menina gostava de ajudar a mãe a vender seus artesanatos na rua do mercado, pois quando iam para lá, a garota perdia-se em seus sonhos de pedras preciosas.
Kamilah parando em uma das pequenas tendas que fazia parte do comércio local;
- Olha mamãe! Que pulseira bonita!

Natija
- Combina com você querida.
Kamilah
- É uma pena não podermos comprá-la. Ficaria tão bonita em mim.
Natija escondeu sua frustração de não poder realizar o desejo da filha;
- É sim querida, é sim.

O mercado era cheio, homens gritavam tentando vender suas quinquilharias, pessoas caminhavam para lá e para cá completamente sem ordem, mas para quem já estava acostumada, aquela loucura não passava de uma grande confusão, e quando já se está a muito tempo em um lugar, e já se conhece a grande maioria das pessoas que ali frequentam, passa-se a perceber os lugares certos das coisas, e nem tudo parece tão desorganizado.
Natija encontrou uma velha amiga, Balih, seu marido era um pequeno comerciante da área, mas também trabalhava para o faraó quando requisitado na construção de templos, o que possibilitava a sua esposa saber de grande parte das fofocas do templo.

Natija
- E o que tens visto do lado da realeza?

Balih
- Nada de muito importante, as mesmas coisas de sempre. (Mas por um relâmpago ela se lembrou). Ah sim! Ouvi dizer que o faraó de Mênfis irá vir fazer uma visita de bons costumes ao nosso querido faraó.

Natija espantou-se;
- Mesmo? Tens certeza do que estás me dizendo?

Balih
-Mas é claro que tenho. Só repasso informações corretíssimas. Sabes disso!

Natija
- Dizem que ele é um homem muito bom e caridoso.

Balih
- Sim, mas a rainha tem fama de serpente, como essas venenosas que vemos por ai.

Natija
- É verdade, eu já ouvi falar que uma vez ela surrou um escravo só porque ele deixou cair um pouco de água em sua túnica.

Balih
- Ah! Essa não é sua história mais assustadora.

Natija
- Enfim, sabes quando o faraó virá?

Balih
- No terceiro dia da semana que vem. Parece que haverá uma festa de recepção para ele...
Natija voltou-se para dentro de si e não se importou em ouvir o que sua “amiga informante” tinha a dizer. Parecia que a jovem senhora, mãe de Kamilah, arquitetava algum tipo de plano, a pequena continuava ali segurando uma das mãos da mãe, a qual ela percebera estar orquestrando algo grandioso, dava para ver a luz brilhar em seus olhos.
E como era de costume, de noite todos se encontravam em casa para jantar juntos e contarem o que de mais interessante lhes acontecera durante o dia, menos Natija, ela não revelara a vinda do grande faraó do Alto Egito a ninguém da família, e pedira a sua pequena filha no caminha de volta para casa, para que também não contasse a ninguém, e se alguém comentasse alguma coisa, dissesse que desconhecia o assunto.

Natija entrando no quarto onde kamilah estava após o jantar, a menina penteava os cabelos.
- Já está aprendendo a se cuidar. (A mãe foi ajudar a menina).

Kamilah
- Sim mamãe, disse que tenho que ficar bonita até para dormir.

Natija
- É claro! Vai que um príncipe resolve surpreendê-la no meio da noite para pedi-la em casamento. Ele vai olhar para você toda despenteada e dizer (Natija imita a voz de um homem): - Ups! Enganei-me. Esse não é o quarto da minha futura rainha.

Kamilah e a mãe riem;
- Rainha mamãe? Eu?

Natija
- Sim querida! Por que não? Já nasceste rainha, apenas veio na família errada.

Kamilah
- Nenhum príncipe iria querer-me mamãe.

Natija dá um tapa na boca da menina que logo se assusta e chora;
- Já mais se diminua diante de qualquer pessoa, seja ela a rainha. Você será o que você quiser. Lembra o que te disse outra noite?

Kamilah diz choramingando;
- Que mulheres inteligentes e bonitas podem conquistar o mundo.

Natija abaixa-se ficando de frente para a filha;
- Isso querida. Você será a mulher mais bonita e inteligente de todo o Egito, é o seu destino. (Kamilah continuou a choramingar de cabeça baixa). Não chores mais, se mostrar a tua fraqueza aos outros, eles a usarão para tentar derrotá-la, lembre-se sempre de manter a cabeça erguida. (Natija levanta a cabeça da pequena e seca suas lágrimas). Mesmo que doa mais que qualquer coisa, mesmo que seja insuportável ao ponto de achar que não podes conseguir. Você conseguirá, porque tudo estará perfeito, é o que carregas com você. Lembre-se sempre de ter o sorriso mais convincente e bonito. (Natija olhou para o espelho e sorriu graciosamente). Olá senhor. Como se sente esta noite? (Olhou para a filha). Vamos, faça igual.

Kamilah ergueu sua cabeça como se fosse uma soberana e sorriu tão cheia de graça que se surpreendeu consigo mesma;
- Olá senhor. Como se sente está noite?

Natija
- Muito bem querida. A voz deve ser sempre aveludada, e seus movimentos nem tão rápidos, nem tão lentos. (Natija andou de um lado para o outro mostrando a filha como fazer). Calmos como uma pétala de rosa sendo levada pela brisa. Assim, seus movimentos serão vigiados com ansiedade.

Kamilah
- A ansiedade é uma coisa boa mamãe?

Natija
- Nunca para você, e sempre para quem estiver ao seu lado. A ansiedade é algo que desperta em nós quando queremos muito alguma coisa. Lembra-se a vez em que seu pai trouxe um pedaço de carne suculento e sua boca salivava ansiando poder pô-la na boa e sentir seu sabor?

Kamilah
- Sim, lembro-me.

Natija
- Pois então, é isso.

Kamilah
- E por que devo despertar essas coisas nas pessoas?

Natija
- Por que assim conseguirás ir longe, como eu não consegui ir. Mas nunca desperdice essas práticas com pessoas desinteressantes. Ah! Já ia me esquecendo! Seja dócil e vulnerável, por mais rochosa que seja a sua alma.

Kamilah
- Eu serei, não se preocupe mamãe.

Natija saindo do quarto;
- Durma bem querida.

A semana para Natija passou lentamente conforme a sua ansiedade crescia, o que ela havia ensinado a filha, não era tão fácil de praticar como colocar as palavras para fora de sua boca. Finalmente o terceiro dia da semana seguinte havia chegado, ela e Kamilah acordaram logo depois que Rodjo e suas filhas saíram para trabalhar. As melhores vestes da menina foram doadas por uma nobre senhora que de tempos em tempos passava na cidade distribuindo coisas usadas, após tomar banho com sabão, o que raramente acontecia, fora o que sua mãe lhe dera para vestir.

Kamilah
- Vamos a alguma festa mamãe?

Natija animada;
- Sim, nós vamos! (Natija abriu a velha gaveta e tirou um frasco transparente muito pequeno do meio das roupas). Tome. Passe isso no seu corpo.

Kamilah obedecendo;
- Hummm!!! É cheiroso.

Natija
- É como você deve ficar todos os dias. A beleza é um conjunto de disciplinas e rituais.

A cidade parecia mais agitada do que normalmente era. Após andarem até as ruas reais com as sandálias que foram trançadas pela própria Natija, ela e sua filha ficaram ali aguardando a presença do faraó. Mesmo protegidas por uma sombra, parecia que o calor já às tinha derrotado, horas e horas se passaram e a ansiedade de Natija agora quase se tornava uma decepção.

Kamilah
- Mamãe, estou com sede e cansada de ficar em pé.

Natija
- Não seja tão fraca Kamilah.

Kamilah
- Mas e a festa que a senhora falou que nós iríamos?

Natija
- Estamos esperando ela chegar meu bem.

Kamilah
- A festa irá chegar? Como assim?

Natija abaixou-se e segurou a menina pelos ombros;
- Escute Kamilah. Você terá que ser forte, mesmo quando não conseguir mais, vai ter que suportar, pense no que você mais quer.

Kamilah um pouco assustada;
- Eu não sei o que quero mamãe.

Natija sacudiu a menina e exaltou um pouco sua voz;
- Você sabe sim! Um dia você será a rainha deste povo. E nada a fará desistir.

A caravana com o faraó do alto Egito já se aproximava, e dava-se para ouvir a euforia do povo com o bondoso Deus, que era conhecido por sua imensa solidariedade e generosidade, seu exército era maior do que se podia imaginar. Escravos carregavam as tendas, as cinco principais vinham na frente, uma para o faraó, outra para a rainha, e as outras três esposas também vinham cada uma em sua tenda. O grande portão do templo se abriu e a caravana entrou deixando seus adoradores aos gritos de entusiasmo do lado de fora. Natija aguardava um pouco nervosa ali por perto.

Kamilah falou admirada;
- Mamãe você viu?

Natija olhando para os portões;
- Sim querida, aquela era a família real.
Kamilah ainda admirada;
- Estava tudo tão bonito, mamãe!

Natija
- Sim querida, mas poupe suas energias para quando formos falar com o faraó Agáthon.

Kamilah
- Nós vamos falar com ele?

Natija
- Sim! Por que não?!

A menina e a mãe permaneceram ali assim como as outras pessoas, por muito tempo, e antes que o sol se escondesse por completo, os portões reais novamente se abriram, e os finos panos brancos da tenda que escondiam os rostos da realeza balançavam ao serem carregados pelos escravos.
Natija não esperou nem mais um segundo, ela agarrou na mão da filha e a puxou, abrindo caminho em meio todo aquele alvoroço, sua vontade era tanta de chegar até o faraó, mas os militares imperiais a seguraram, foi quando ela usou o benefício da voz e gritou junto com os demais que pediam coisas, ou rezavam para aquele bom homem.

Natija
- Meu senhor! Meu senhor! Por favor, pare! Pare!

O faraó não conseguia ouvir nem a sua própria voz, mas por algum motivo ele ergueu o pano que envolvia a tenda, e acenou para aquele povo carente. Um rosto sofrido lhe chamara a atenção mais que os outros pobres rostos tão sofridos quanto aquele, que escondia certa beleza por detrás dos anos das suas leves rugas, ele mandou parar e permitiu que a senhora passasse pelos guardas. Kamilah ficou olhando aquele grande cone branco que estava na cabeça do senhor, tinha uma ponta arredondada e símbolos desenhados tão perfeitamente que hipnotizava ao olhar. Assim que Natija percebeu que os caminhos estavam abertos para ela, tratou de correr até o deus que parado ficou a ouvi-la.

Natija um pouco emocionada ajoelhou-se e baixou a cabeça;
- Senhor, Senhor!

Agáthon
- O que queres mulher? Teu desespero se destaca em tamanha multidão.

Natija ainda segurando a menina pelo braço;
- Senhor, meu nome é Natija Menelon, sou descendente de uma antiga linhagem nobre, no decorrer dos anos minha família foi perdendo fortunas e fomos obrigados a nos mudar para esta terra. Esta é Kamilah, minha filha mais nova, desejo que ela tenha a oportunidade que não tive senhor.

Agáthon olhou para a criança;
- Que oportunidade mulher?

Natija
- A de crescer e aprender coisas. Kamilah é diferente das minhas outras filhas e de qualquer outra criança, creio que aprenderia muitas coisas em vosso reino, e o serviria com total obediência.

Agáthon
- Mais já tenho muitos servos, sem falar que ela ainda é só uma criança.

Kamilah sorriu graciosamente para o senhor com um cone engraçado na cabeça e disse com sua voz infantil aveludada;
- Sim senhor, mas eu irei crescer e ficar bonita, assim como aquela moça ali. (Ela apontou para a rainha que presenciava o acontecido de longe).

Agáthon sorriu;
- Sim minha querida, creio que sim.

Kamilah
- Pois então me leve, não temos nada a perder.

Agáthon
- Criança, tem certeza de que queres ir embora para o meu reino? Deixar tua família, teu pai e tua mãe?

Kamilah

- Senhor, sacrifícios são necessários para um bem maior. Desejo ser uma mulher instruída, assim como deseja minha mãe.